terça-feira, janeiro 09, 2007

A MODA FETICHE


Bem, inicialmente gostaria de dizer q estou muito feliz por estar postando de novo nesse blog, que é meu tesouro, e começando o ano falando de algo bem picante: fetiche. Espero q gostem da matéria e se divirtam também...e gostaria de dedicar esse texto a um amigo muito especial, aqueles que de repente ressurgem em nossas vidas e nos deixam felizes...rss...tudo isso, pq ele adora cinta-liga, ele confessou...rss

Assim, primeiro é preciso que entendamos o que é fetichismo: “Perversão em que um indivíduo adora um objeto que simboliza a pessoa amada, ou localiza em um fetiche o desejo erótico”[1], enquanto o fetiche seria, em tese, o próprio objeto, que participa da moda, e o fetichista aquele que absorve o fetichismo.
Desta forma, o desejo por objetos e peças relativas a figura amada, como sapatos, espartilhos, cintas-ligas, e outra infinidade de coisas, são mais valorizadas que o próprio ato sexual em si. E é justamente sobre estes artefatos agregados pela moda, de um modo geral, que iremos retratar.
Cintas-ligas, couro, rendas, calcinhas, cuecas de seda, e demais objetos ditos símbolos da moda-fetiche, passeiam pelas vitrines, seja da moda ou de nossos pensamentos, todos os dias, fazendo com que nossas práticas sexuais secretas se tornem menos secretas a cada dia. Tudo isso, de forma a nos surpreender minuto a minuto, fazendo-nos prisioneiros de nossos próprios desejos.
E teria isto alguma razão mais forte? Ou é apenas o retrato desenhado por nós de nossos anseios mais secretos? Não se sabe ao certo. Não se sabe nem ao menos como tudo isso começou.
Em princípio, sustenta-se que ele exista desde o começo dos tempos, portanto, trata-se de um fenômeno universal, sem, no entanto, ter sido retratado apenas como elemento sexual; por outro lado, entretanto, acredita-se que ele possa ter originado na sociedade ocidental moderna, tendo surgido na Europa do século XVIII, tornando-se um fenômeno puramente sexual; distinguindo-se mais precisamente, depois da segunda metade do século XIX, justamente com a revolução sexual. É uma hipótese bastante aceita, porém, não unânime.
Independente da corrente seguida, sempre haverá o desejo, que está fortemente relacionado ao fetiche, contenha este um apelo sexual ou não...
Caso o elemento decisivo para o fetiche seja o desencadeado apenas pelo impulso sexual, levaremos a moda fetiche ao mundo das fantasias; o que até explicaria melhor a fascinação que um simples par de botas causaria numa pessoa, ou uma cueca, uma calcinha, e por aí vai.
Enfim, podemos dizer com certeza que, a moda fetichista surgiu realmente com o aparecimento de objetos que incutiam nas pessoas, desejos irrefreáveis, provocadores, capazes de despertar o gozo. E, acredita-se que, a moda propriamente dita, tenha aparecido em meio às prostitutas na década de 60, sendo a bota bizarra a primeira referência segura que se tem a respeito. Eram botas de couro e salto alto, lançadas em 1965, e que podiam ir até os joelhos ou até as coxas, como podiam apresentar abotoamentos, amarraduras, detalhes...
Embora, a década de 60 seja considerada um marco no aparecimento da moda fetichista propriamente dita; ela também foi retratada desde o final do século XIX, por exemplo, nas dançarinas de Can-can, que enlouqueciam os homens com suas meias arrastão, suas meias presas por irresistíveis ligas, seus corselets apertados, seus boás, etc; bem como no século XX, as melindrosas com seus vestidos de franjas, suas piteiras, plumas, meias, e outra infinidade de artigos que instigavam o imaginário masculino.
Sem contar o salto, que na década de 50 surgiu como objeto de desejo no mais alto grau de adoração, tanto pelas mulheres que o calçavam quanto pelos homens que os olhavam. Era, sem dúvida, um artefato: sedutor, sensual, de apelo altamente erótico e que ajudava a reforçar a imaginação; afinal, “Toda a idéia de uma mulher usando saltos altos é enfatizar sua personalidade naturalmente dominante e agressiva”[2].
Na década de 70 quando a revolução sexual deu uma virada nos conceitos antiquados da população, o fetichismo encontrou seu aval. A censura, enfraquecida pelo pensamento liberal e a comercialização desenfreada do sexo, fez com que os objetos ligados a esta dita indústria do prazer aumentasse, havendo uma corrida em busca de tudo que se remetesse ao fetiche.
Infelizmente, a busca irrestrita e sem controle desta moda, levou a um exagero demasiado no erotismo, que desencadeou num colapso. Entrou-se num período de violência, caracterizado pelo sadomasoquismo (que levava o fetiche para além do conceito puramente sexual, entrando em um universo de taras, patologias e conflitos psicológicos) que muitas vezes, além de chocar, causava conseqüências nada agradáveis. Felizmente também, neste período, o fotógrafo Helmut Newton criou o fetichismo chique, amenizando as doses exageradas de prazer sem medidas.
E, até a década de 80, quando as pessoas passaram a rever seus conceitos, o fetichismo caminhou em terrenos acidentados. Mas, graças a uma melhor reavaliação da sociedade como um todo, o problema pôde ser contornado; a exploração do sexo desmedido, causando muitas vezes constrangimento em mulheres e homens, que acabavam expostos, e até explorados, de forma desumana e cruel foi perdendo força. E, neste ínterim, ressalte-se, mais mulheres eram, com certeza, prejudicadas, pois muitas vezes eram obrigadas a desempenhar um papel nem sempre condizentes às suas fragilidades.
Sem contar que, a moda fetichista, tem forte ligação com a arte, com artistas renomados desenvolvendo objetos com forte apelo erótico, contribuindo de forma irrestrita para o sucesso desta nova veia da moda. É o caso de René Magritte, que apresentou sua visão dos sapatos, incorporando-a a arte, objetivando suas metáforas “roupa-corpo” e “sapatos-pés”, explicitando sua sexualidade pulsante das indumentárias apresentadas. Como também Andy Warhol e Victória Civera, só para citar alguns.
E hoje, a moda com apelo erótico já não fazem parte apenas do guarda-roupa de adoradores do sexo, sádicos, masoquistas, sadomasoquistas, enfim, deste público considerado além das possibilidades, mas também de pessoas comuns, como donas-de-casa, empresários, dentistas, médicos (as), advogados (as), pessoas apenas desejosas de uma vida mais apimentada pelo gosto do pecado. Porque não? E ai quem arrisca? rss
[1] Dicionário Aurélio
[2] Christian DioR
Créditos das fotos:
www.irc.blogs.sapo.pt/arquivo/Noir_by_theDutch88.jpeg e
www.radioliberal.com.br/stile/interna/default...

Um comentário:

Edgard Ájax disse...

Débora, gostei do texto! te convido para acessar os blogs:
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"seguidores" ? tbm! ok!
É PUCCI NÃO É GUCCI!
Tks,
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